Fisioterapia Forense

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Caxias do sul, RS, Brazil
Fisioterapeuta que atua na área de Fisioterapia Forense realizando laudos ou pareceres para Justiça comum ou especializada principalmente a do trabalho. Consultor de ergonomia e qualidade de vida no trabalho. Perito Judicial da 1ª e 2ª vara trabalhista de Bento Gonçalves bem como da 6ª vara trabalhista de Caxias do Sul (única vara especializada em doença ocupacional do interior do brasil)

sábado, 21 de maio de 2011

Quem deseja buscar saúde não deve procurar doenças




Doenças devem ser detectadas o quanto antes, para que haja sucesso no
tratamento, certo?
Não, segundo o médico americano H. Gilbert Welch. O especialista em clínica
médica é autor de "Overdiagnosed", recém-lançado nos Estados Unidos.
No livro, Welch, pesquisador da Universidade Dartmouth, afirma que a
epidemia de exames preventivos, ou "screening", como são chamados nos EUA,
coloca a população em perigo mais do que salva vidas.
Citando pesquisas, ele mostra evidências de que muita gente está recebendo
"sobrediagnóstico": são tratadas por doenças que nunca chegariam a
incomodá-las, mas que são detectadas nos testes preventivos.
"O jeito mais rápido de ter câncer? Fazendo exame para detectar câncer",
disse ele à Folha, por telefone.

Folha - Como exames preventivos podem fazer mal? H. Gilbert Welch - A
prevenção tem dois lados. Um é a promoção da saúde. É o que sua avó dizia:
"Vá brincar lá fora, coma frutas, não fume". Mas a prevenção entrou no
modelo médico, virou procurar coisas erradas em gente saudável, virou
detecção precoce de doenças. Isso faz mal. Não estou dizendo que as pessoas
nunca devem ir ao médico quando estão bem. Mas a detecção precoce também
pode causar danos.

De que maneira isso ocorre?
Quando procuramos muito algo de errado, vamos acabar achando, porque quase
todos temos algo errado. Os médicos não sabem quais anormalidades vão ter
consequências sérias, então tratam todas. E todo tratamento tem efeitos
colaterais.
Há um conjunto de males que podem decorrer de um diagnóstico: ansiedade por
ouvir que há algo errado, chateação de ter que ir de novo ao médico, fazer
mais exames, lidar com convênio, efeitos colaterais de remédios,
complicações cirúrgicas e até a morte.
Para quem está doente, esses problemas não são nada perto dos benefícios do
tratamento. Mas é muito difícil para um médico fazer uma pessoa sadia se
sentir melhor. No entanto, não é difícil fazê-la se sentir pior.

Os médicos dizem que a detecção precoce é essencial no caso do câncer. Mas
você diz que é perigoso. Não se deve tratar qualquer tumor inicial?
Não. Se formos tratar todos os cânceres quando estão começando, vamos tratar
todo o mundo. Todos nós, conforme envelhecemos, abrigamos formas iniciais de
câncer. Se investigarmos exaustivamente vamos achar câncer de tireoide, mama
e próstata em quase todos. A resposta não pode ser tratar todos e nem tratar
todo mundo. Ninguém mais ia ter tireoide, mamas ou próstata. Câncer de
próstata é o símbolo dessa questão.

Por quê?
Há 20 anos, um teste de sangue foi introduzido para detectar câncer de
próstata. Vinte anos depois, 1 milhão de americanos foram tratados por causa
de um tumor que nunca chegaria a incomodá-los. Esse teste é o PSA [antígeno
prostático específico]. Muitos homens têm números anormais de PSA. Eles
fazem biópsias e muitos têm cânceres microscópicos e fazem tratamento, o que
não é mero detalhe. Pode ser retirada da próstata ou radioterapia. Isso
leva, em um terço dos homens, a problemas sexuais, urinários ou intestinais.
Alguns até morrem na operação. Não podemos continuar supondo que buscar a
saúde é procurar doenças.

Qual é o impacto desses testes de próstata na população?
Um estudo europeu mostrou que é necessário fazer exames preventivos de PSA
em mil homens entre os 50 e 70 anos, por dez anos, para evitar a morte por
câncer de uma pessoa. É bom ajudar uma pessoa. Mas precisamos prestar
atenção às outras 999. Por causa desses exames, de 30 a 100 homens são
tratados sem necessidade.
As pessoas precisam refletir. Cada mulher pode decidir se quer fazer
mamografia todo ano. Mas temo que estejamos coagindo, assustando e incutindo
culpa nelas, para que façam mamografias.

Mas a detecção precoce não é o fator que mais reduz a mortalidade de câncer
de mama?
Na verdade, não. Os esforços mais relevantes no câncer de mama vêm de
tratamentos melhores, como quimioterapia e hormônios. Os avanços no
tratamento nos últimos 20 anos reduziram a mortalidade em 50%.
O problema é se adiantar aos sintomas. Não há dúvida de que uma mulher que
percebe um caroço deva fazer uma mamografia. Isso não é teste preventivo, é
exame diagnóstico. Claro que os médicos preferem ver uma mulher com um
pequeno nódulo no seio do que esperar até que ela desenvolva uma grande
massa. A questão não é entre atendimento cedo ou tarde, mas entre buscar
atendimento logo que você fica doente e procurar doenças em quem não tem
nada.

Critérios usados em exames como depressão e diabetes estão mais rígidos.
Estão deixando todo mundo 'doente'?
Sim. Somos muito tirânicos sobre saúde. O que é saúde? Se formos medicalizar
a definição de saúde, seria: "Não conseguimos achar nada errado". A pressão
está abaixo de 12 por 8, o colesterol está abaixo de tal valor, fizemos uma
tomografia e não há nada de errado. Se essa virar a definição de saúde,
pouquíssimas pessoas serão saudáveis. É certo tachar a maioria como doente?
Saúde é muito mais do que a ausência de anormalidades físicas.

Por que essa conduta está se tornando dominante?
Os médicos recebem mais para fazer mais, o que ajuda a alimentar o círculo
vicioso da detecção precoce. É um bom jeito de recrutar mais pacientes, de
vender mais remédios ou exames. Nos EUA, há os problemas de ordem legal. Os
advogados processam os médicos por falta de diagnóstico, mas não há punições
para sobrediagnóstico.
E tem quem creia realmente na detecção precoce. Nunca se diz que há perigo
nisso. Pacientes diagnosticados com câncer de próstata e mama por detecção
precoce têm muito mais risco de serem sobrediagnosticados do que ajudados
pelo teste. Quando você ouve histórias de sobreviventes de câncer, na
maioria das vezes o paciente acha que sua vida foi salva porque ele fez um
exame preventivo.

E isso não é verdade?
Ele tem mais chance de ter sido tratado sem necessidade. Histórias de
sobreviventes geram mais entusiasmo por testes e levam mais pessoas a
procurar doenças, gerando sobrediagnóstico.

O que fazer para evitar isso?
Um paciente nunca vai saber se recebeu um sobrediagnóstico. Nem o médico
sabe. Não é preciso decidir para sempre se você vai ou não fazer exames. Mas
todos os dias novos testes são criados. É preciso ter um ceticismo saudável
sobre isso.

RAIO-X.

NOME E IDADE.
H. Gilbert Welch, 55.

FORMAÇÃO E ATUAÇÃO.
Especialista em clínica médica, pela Universidade de Washington, professor e
pesquisador da área de detecção precoce de doenças na Universidade
Dartmouth.

LIVROS.
"Should I Be Tested for Cancer?" (UC Press 2004) e "Overdiagnosed", com Lisa
Schwartz e Steven Woloshin (Beacon, 2011), US$ 14,70, (R$ 24,55), na Amazon.

Fonte: Débora Mismetti, Folha de São Paulo, 20/03/2011.

domingo, 8 de maio de 2011

Movimentos Associativo




No último Sábado dia 07/05/2011 estivemos reunidos no Hotel Ritter para mobilizar, motivar e fomentar o movimento Associativo. O CREFITO se apresentou com uma postura de apoio incondicional as Associações mostrando uma vontade nunca antes vista. As portas do Conselho foram abertas fazendo com os que lá estavam se motivassem a montar ou reativar as associações ao longo do RS. Estiveram lá representantes das seguintes associações:
Associação dos Fisioterapeutas do Alto Uruguai
Associação dos Proprietarios de Clinicas de Fisioterapia
Sociedade de Fisioterapia do Vale dos Sinos
Associação dos Fisioterapeutas de Santa Maria
Associação dos Fisioterapeutas da Fronteira Oeste
Associação dos Fisioterapeutas de Bagé
Associação dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Noroeste
Associação dos Fisioterapeutas do Vale do Rio Pardo
Associação dos Fisioterapeutas da Região Sul
Associação dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Planalto Central

Foi estabelecido um cronograma de realizações e eu me responsabilizei pela tarefa de reativar a AFICS Associação dos Fisioterapeutas de Caxias do Sul. Quem vai me ajudar?